Papo Empresarial
Neste mês de junho o Papo Empresarial traz a opinião de três conhecidos empresários da cidade sobre o atual momento econômico e político do país...
Neste mês de junho o Papo Empresarial traz a opinião de três conhecidos empresários da cidade sobre o atual momento econômico e político do país e também suas expectativas sobre o novo Governo Federal. A todos eles foram feitas as seguintes perguntas:
1) Como empresário, como você avalia o atual cenário econômico e político do país?
2) Com a aprovação do processo de impeachment da presidenta Dilma, qual sua expectativa neste Governo transitório e o que pensa sobre o Michel Temer?
3) Quais as primeiras medidas o Governo precisaria adotar para sinalizar algo positivo ao mercado
Vejam as respostas:
- Wilson Farjalla, fundador da ACIP e empresário aposentado;
1) A coisa está preta! O furo que o PT fez no país foi muito grande. A prova é esse déficit de 170 milhões, quando tínhamos um superávit em torno de 35 milhões ao ano. O comércio e a indústria estão parados, vendo no jornal, parece que temos hoje 157 grandes indústrias brasileiras na moratória e 12 milhões de desempregados. Isso é um absurdo, não pode continuar assim.
2) A arrancada foi dada com a saída da Dilma e acho que com essa nova equipe do Temer, que é o principal, vamos ter uma mudança. Ele é inteligente e acertou, principalmente em torno do Henrique Meirelles (Ministro da Fazenda), que é monstruosamente competente. Prova são as medidas que ele já está pensando em fazer. Acredito que vamos ter um pulo na recuperação do país, mas este processo será lento e a longo prazo. O principal agora é a confiança voltar a existir no país.
3) O que ele já vem adotando. Primeiro passo é diminuir despesas do Governo e ele sinalizou que vai cortar um grande número de servidores não concursados. Só isso já dará uma renda extraordinária ao governo e com outras medidas para recuperar a confiança do país, os investimentos voltam a crescer.
- Paulo Antonio Esper, engenheiro civil e empresário na Raledom Presentes
1) O cenário econômico é crítico em função do cenário político e se agrava cada dia mais com as denúncias de corrupção, bloqueio das investigações na lava-jato, entre outras. Isso gera instabilidade. Este Governo interino ainda não conseguiu legitimidade para governar e está tendo de negociar a sustentação com todos os partidos comprometidos com a corrupção, o que gera mais incerteza e desconfiança com o futuro. E acredito que esse quadro ainda deve seguir pelos próximos meses.
2) A expectativa é desestabilizar PT. O populismo do PT e da presidenta Dilma levou caos ao país e a expectativa é que o Michel Temer, que é ligado a um partido extremamente fisiologista e corrupto, mas com política neoliberal, contraponha essa tendência bolivariana da America Latina que fechou o país no exterior e agravou muito a área econômica. O país ficou sem parceiro. A única expectativa é derrubar esse regime que existia, dito “democrático”.
3) É o que ele está tentado fazer, essa coalizão com todos os partidos para tentar uma base de sustentação e conseguir as reformas política, tributária, trabalhista e, inclusive, no Judiciário, para criar mecanismos de combate à corrupção. Sem isso o país não sai do lugar. Ele tem de combater, com o apoio da sociedade e da imprensa, essa balela de golpe que a Dilma e seus seguidores vêm pregando e gerando desestabilização e obstáculos.
- Sérgio Marzola Gomide, empresário na Hidrojato Piscinas
1) Ambos estão deteriorados. O Econômico está assim devido às políticas econômicas adotadas pelo governo petista e o político devido aos escândalos de corrupção.
2) Michel Temer é visto como um político pro mercado e isto é muito importante para o setor empresarial brasileiro. A expectativa é positiva, pois Temer tem uma equipe econômica técnica e com experiência necessária para tomar melhores decisões.
3) Primeiro é necessário equilibrar as contas públicas. Como o aumento de impostos é inviável, devido à alta carga tributária que já temos no Brasil, vejo como medida prioritária a austeridade fiscal como meio de demonstrar ao mercado comprometimento com a redução de gastos do governo.