Papo Empresarial
Nós começamos o mês de maio, conversando com o engenheiro civil e diretor do Grupo CMP, Ugs de Souza Pinheiro.
Nós começamos o mês de maio, conversando com o engenheiro civil e diretor do Grupo CMP, Ugs de Souza Pinheiro. Natural de Guaxupé, mas passense de coração, ele conta um pouco sobre o início das atividades aqui em Passos e a expansão da empresa para todo território nacional e até internacional.
Fundado há pouco mais de 26 anos, o Grupo CMP tem sua matriz instalada na Avenida Antonio Dias Machado, Distrito Industrial II, em Passos. Com filiais em Piumhi, Formiga e também na Bolívia, nosso país vizinho.
ACIP Notícias – Como foi o início das atividades da CMP em Passos?
A CMP surgiu em 1990. Inicialmente, para prestar serviços ao Banco Itaú. Eram serviços de manutenções realizados nas agências aos finais de semana. Trabalho feito em toda região e também na cidade Ribeirão Preto (SP), onde ficava o Departamento de Engenharia e Manutenção do banco.
AN – E hoje, como estão as atividades da empresa?
Atualmente o Grupo CMP é constituído por 4 empresas: A Construtora CMP, focada na construção civil industrial e também em obras prediais; A Concretar, fábrica pré-moldados de concreto; A CMP Montagem, voltada ao setor de caldeiraria, estruturas metálicas e montagens mecânicas; E a CMP Concreto, onde comercializamos concreto usinado nas regiões de Passos, Piumhi e Formiga.
AN – Você sempre atuou neste seguimento da engenharia?
Não. Antes de abrir a CMP atuei como bancário. Trabalhei por quase 10 anos nas agências do Banco Itaú de Passos e Poços de Caldas. Cursei Engenharia Civil em Passos ainda trabalhando no banco e somente depois passei a atuar neste ramo. Em 1988 entrei na área acadêmica. Lecionava no Colégio Status e na Faculdade de Engenharia de Passos. Paralelo ao trabalho na CMP, atuei como professor durante 25 anos na FESP.
AN – Quais as mudanças você viu ocorrer nestes 26 anos, dentro e fora da empresa?
A evolução da CMP no mercado ocorreu em detrimento ao foco que miramos. Sempre investimos na qualificação de nossos profissionais para atuarem nas atividades que escolhemos. Desde 2004 somos credenciados pelo Programa de Qualidade ISO-9001 e isto tem mostrado como diferencial a nossa clientela. Não certificamos a empresa na ISO-9001 apenas para ter um certificado, mas para adequar nossos processos dentro de uma necessidade do mercado, que é cada dia mais exigente e temos de nos atualizar sempre, adequando nossos procedimentos e processos para compatibilizar qualidade, preço e segurança, nunca esquecendo dos compromissos sociais e ambientais.
AN – O que um empreendedor precisa ter para se manter no mercado e continuar crescendo?
O que mencionei na questão anterior acho que já responde esta pergunta, mas reforço que tudo aquilo que você se prontifica a fazer tem de ser bem planejado e estudado. Somente se inicia uma atividade quando estiver plenamente claro e previsível dentro de sua concepção. Todo projeto que se inicia sem planejamento aumenta o risco de não dar certo e não ter os resultados esperados.
AN – Onde estão os principais empreendimentos da CMP na atualidade?
A CMP tem atuado em todo território brasileiro. Por atuarmos em atividades industriais, vamos onde tem investimentos em fábricas e indústrias. Nosso forte é Cimenteira. Onde existe fábrica de cimento estamos ali sondando oportunidades. Hoje, por exemplo, estamos construindo uma fábrica de cimento para a Votorantim na Bolívia.
Outro foco nosso está sendo as obras prediais. Fizemos em Passos o Condomínio Jardim dos Pinheiros e estamos realizando outro em São Sebastião do Paraíso, onde já entregaremos neste mês os apartamentos da primeira etapa. Também estamos planejando para breve, lançar outro empreendimento deste em Passos, com três torres de prédios com 15 andares cada um, num total de 138 apartamentos. É o “Saint Martin Residence”. Os projetos já estão em fase conclusiva.
AN – A atual situação econômica e política do país afetou muito este segmento da construção civil
Sim, claro. A atividade de construção civil é muito ligada ao investimento e a primeira área de uma empresa a ser avaliada numa retração de mercado é a ampliação de suas instalações, uma reforma, um novo projeto. Então somos afetados diretamente. Precisamos sempre estar preparados para estas intempéries. Sempre enfrentaremos crises e na maioria das vezes alheios a nossa influência. Mas o Brasil não para e temos que saber lidar com as adversidades de mercado.
AN – E o que a CMP faz para driblar esta situação?
A primeira ação é avaliar os custos da empresa e enxugar onde for necessário. Precisamos sempre adequar a realidade de cada momento. Não há economista no mundo que consegue administrar uma empresa gastando mais que sua receita. Às vezes precisa dispor de ativos para adequar e fazer sua empresa sobreviver. Mas acima de tudo sempre com pé no chão nas decisões estratégicas.
AN – Sobre a concorrência? Como vocês lidam?
A concorrência tem que ser tratada normalmente. Ela faz parte de todo processo. Sem ela não melhoramos, não investimos, não tornamos mais eficientes. Por isto digo que a concorrência é necessária no mercado.
AN – Como você avalia a economia local?
Gostaria de ver Passos num ritmo de desenvolvimento mais acelerado, pois temos aqui um potencial enorme para crescer. Principalmente pelos passenses, acolhedores que são e muito solidários nas causas sociais. Vejo que campanhas e mais campanhas são feitas para apoiar as suas instituições e sempre vemos o povo prontamente a contribuir, pois reconhece a seriedade como são conduzidas suas instituições. Pessoas solidárias, com propósito de querer ajudar umas às outras.