Decisão da Câmara afeta comerciantes e comissionados
Por 7 votos a 2, a Câmara Municipal de Passos rejeitou o projeto de lei do Executivo Passense que suspenderia os feriados municipais deste ano...
Na tarde desta segunda-feira, 27, a Câmara Municipal de Passos rejeitou, por 7 votos a 2, o projeto de lei 011/2020, de autoria do Executivo Passense, que propunha a suspensão dos feriados municipais de 14/05 (Aniversário de Passos) e 06/08 (Padroeiro da cidade) deste ano. Para muitos comerciantes e até mesmo para os funcionários comissionados, a decisão afeta diretamente a retomada do comércio na cidade e a geração de empregos e rendas.
A suspensãoatendia, principalmente, a um pedido dos empresários passenses e visava compensar parte das perdas geradas pelo fechamento do comércio durante três semanas consecutivas em razão das ações de combate ao Covid-19 na cidade. Além disso, tinha também o objetivo de reparar o calendário escolar pelos dias de paralisação.
O mencionado projeto foi defendido pela Associação Comercial e Industrial de Passos (ACIP) desde a data de sua criação, em 31 de março, quando o comércio sequer havia sido reaberto, pois o entendimento é que ele representava o interesse da grande maioria dos empresários do município, dos funcionários comissionados e beneficiaria a economia local.
“Infelizmente é mais uma perda para o nosso comércio e para a cidade de uma forma geral, que poderia ter sido evitada. Foi uma decisão contrária aos interesses da maioria. Devido às medidas restritivas, dia 14 de maio não poderá ter desfile ou qualquer outro evento. Não justifica essa rejeição. Será um dia totalmente parado, morto, em que poderíamos estar vendendo, recuperando nossa economia e gerando rendas. Mas os vereadores preferiram mostrar que são contra o desenvolvimento da nossa cidade e da geração de empregos”, lamentou o presidente da ACIP, Renato Mohallem.
Para ele, essa decisão prejudica não só os comerciantes, que são os responsáveis pela maior parte da geração de emprego e rendas no município, mas também os próprios trabalhadores. “A maioria dos funcionários que atua no comércio é comissionada, eles também tiveram uma perda significativa em seus salários. Na minha loja, por exemplo, eles ficaram revoltados porque era a chance de tentarem recuperar um pouco das comissões perdidas nas três semanas que ficamos parados”, completou.
Apenas os vereadores Téo Lemos (PSD) e Raimundo Leandro (PL), votaram favoráveis à manutenção do projeto. Os demais foram contrários. Com a decisão, os feriados municipais estão mantidos e o comércio terá mais dois dias de portas fechadas.